Fatores etiológicos associados ao bruxismo infantil: revisão de literatura

Resumo

O bruxismo tem sido cada vez mais frequente na população infantil, o que vem causando grandes impactos negativos no sistema estomatognático, desde os desgastes dentários, desordens temporomandibulares e na qualidade do sono da criança, interferindo na sua qualidade de vida. Torna-se cada vez mais importante o conhecimento da sua etiologia, tendo em vista sua complexidade, para melhor tratar esse hábito parafuncional. Levando em consideração a diversidade de fatores que podem desencadear esse hábito de origem multifatorial, tal fato gera muitas vezes uma certa insegurança nos cirurgiões-dentistas, pois não possuem as informações suficientes ou estão apegados a alguma falsa ideologia. Portanto, é notável perceber a necessidade de se fazer um levantamento de quais de fato são os fatores ligados ao bruxismo infantil, para assim possibilitar a realização de ações necessárias de prevenção, diagnóstico e tratamento deste problema com mais facilidade.  Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão integrativa de literatura nas bases de dados mais atuais, buscando estudos dentro da temática, para assim conseguir identificar quais os fatores etiológicos associados ao bruxismo infantil de acordo com as evidências científicas atuais, e consequentemente desmistificar os fatores que não estão associados a essa condição. As bases de dados selecionadas para a busca de artigos foram PUBMED, LILACS, MEDLINE e BBO, utilizando as palavras-chave “bruxismo”, “criança” e “qualidade de vida”. Como critérios de inclusão, foram considerados os estudos qualitativos ou quantitativos publicados nos idiomas português e inglês. Foram excluídos os trabalhos publicados como monografias, trabalhos de conclusão de curso, teses, anais de congresso e dissertações, além de estudos repetidos nas bases de dados/biblioteca/plataforma utilizadas. Pode-se afirmar que a origem do bruxismo infantil é multifatorial e complexa; entre os fatores etiológicos associados a esse hábito parafuncional, estão os fatores psicológicos, comportamentais, a terapia medicamentosa, problemas respiratórios, e o TDAH. Já os problemas oclusais não apresentam associação significativa com a etiologia desta condição. Assim, percebe-se que é notória a necessidade de mais estudos dentro dessa temática, pois, entendendo melhor sobre o diagnóstico e etiologia, será possível realizar o tratamento de maneira mais eficaz.