Diagnóstico e manejo da laringotraqueíte aguda no departamento de emergência

Diagnosis and management of acute laryngotracheitis in the emergency department

Autores

DOI:

https://doi.org/10.61223/coopex.v15i02.715

Palavras-chave:

Diagnóstico, Departamento de emergência, Laringotraqueíte Aguda

Resumo

Objetivo: Compreender, por meio da literatura, o manejo da laringotraqueíte aguda na população pediátrica. Método: Foi realizada uma revisão da literatura, no mês de janeiro de 2024, nas bases de dados da National Library of Medicine (PUBMED) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Foram utilizados os descritores em ciência da saúde: “Croupe” e “Emergency Treatment”, usando o operador “AND” para cruzamento entre os termos. Como critérios de inclusão, utilizou-se artigos publicados no período de 2019 a 2024, na língua portuguesa e inglesa, excluindo-se teses, dissertações, cartas ao editor e textos incompletos. Ao total foram encontrados 382 estudos dos quais 14 foram selecionados para elaboração da presente revisão. Resultados e Discussões: Os estudos mostram que cerca de 85% dos casos de laringotraqueíte são de manifestação leve, e apenas 5% precisam ser internados. É fundamental a utilização do escore de Westley para avaliar a gravidade dos sintomas do 

paciente com crupe. Os sintomas são categorizados em cinco: retração torácica, estridor 

inspiratório, entrada de ar, nível de consciência e cianose. Habitualmente, a manifestação leve do crupe é manejada de forma ambulatorial, por meio de nebulização e cuidados de suporte. Uma vez que há falha nessas medidas, é necessária a utilização de um ciclo curto de corticoide, especificamente a dexametasona, e em casos selecionados, pode haver a adição de oxigênio e epinefrina. Em relação ao corticosteróide, os relatórios de pesquisa recomendam administrar 0,15 mg/kg via oral em caso de crupe leve, 0,3 mg/kg via oral ou intramuscular em casos moderados e 0,6 mg/kg via intramuscular em casos graves. Os corticóides precisam de pelo menos 2 horas até agirem de maneira adequada, por isso em alguns casos é necessário a utilização da epinefrina inalada. Uma pesquisa mostrou uma maior probabilidade de retorno ao hospital quando utilizavam apenas uma dose de epinefrina, porém o manejo com muitas doses elevou consideravelmente o custo financeiro da internação e aumento dos efeitos colaterais causados por essa droga. Outros trabalhos foram realizados com o objetivo de identificar se a mistura gasosa de hélio e oxigênio (Heliox) seria viável para o alívio do desconforto respiratório ocasionado pelo crupe. Evidências sugerem que há uma vantagem na associação do Heliox em crianças com sintomas moderados. Por fim, um estudo teve como objetivo diminuir o número de admissões por crupe em 25% após a implantação de uma diretriz clínica. Ao final da pesquisa, houve uma redução na taxa de admissões de 46% e de hospitalizações em 37%. Considerações Finais: O uso de diretrizes para o tratamento dessa condição se mostrou importante para a redução das taxas de internação e readmissão dessas crianças na emergência. Porém, devido à escassez de estudos relacionados ao tema proposto, novas intervenções para a melhora do manejo do crupe não podem ser sugeridas pelo presente estudo. 

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Publicado

2024-04-20

Como Citar

Tavares, K., Tavares Ferreia, L. M., Gino da Cunha Dantas, E., Alves de Lima, A. C., Antunes Torres, L. E., Andrade de Vasconcelos, A. C., Abrantes Landim, V., Souza Fernandes, C., Santana de Farias, P., & Ribeiro Vasconcelos, L. E. (2024). Diagnóstico e manejo da laringotraqueíte aguda no departamento de emergência: Diagnosis and management of acute laryngotracheitis in the emergency department. Revista Coopex., 15(02), 5074–5085. https://doi.org/10.61223/coopex.v15i02.715

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