Uso de corticoides na abordagem ao parto prematuro e seu impacto no aumento da sobrevida

Resumo

O parto prematuro é uma das principais causas de morbidade e mortalidade neonatal em todo o mundo. A administração de corticoides antenatais tem sido recomendada como uma intervenção eficaz para melhorar os desfechos neonatais em casos de parto prematuro iminente. Estes medicamentos têm o potencial de acelerar a maturação pulmonar fetal, reduzindo assim a incidência e gravidade da doença da membrana hialina, uma das principais complicações respiratórias em neonatos prematuros. Assim, esta revisão de literatura visa compreender o impacto do uso de corticoides na abordagem ao parto prematuro e seu efeito no aumento da sobrevida neonatal. Busca-se identificar as principais indicações, benefícios e possíveis riscos associados ao seu uso. Foi realizada uma revisão sistemática da literatura, abrangendo artigos científicos publicados em bases de dados reconhecidas, como PubMed, Scopus e Web of Science, no período de 2015 a 2023. Foram incluídos estudos originais, revisões sistemáticas e meta-análises que abordassem o uso de corticoides antenatais em gestantes com risco de parto prematuro. A maioria dos estudos revisados demonstrou que a administração de corticoides antenatais está associada a uma redução significativa na mortalidade neonatal e nas complicações respiratórias. Além disso, observou-se uma diminuição na necessidade de suporte ventilatório e na incidência de hemorragia intraventricular em neonatos. No entanto, alguns estudos apontaram para possíveis efeitos adversos a longo prazo, como alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, embora estes resultados ainda sejam controversos e necessitem de mais investigação. Logo, o uso de corticoides na abordagem ao parto prematuro tem demonstrado benefícios significativos na melhoria dos desfechos neonatais, especialmente na redução da morbidade e mortalidade respiratória. Contudo, é essencial uma avaliação cuidadosa dos riscos e benefícios em cada caso clínico, bem como a realização de mais estudos para compreender os possíveis efeitos a longo prazo desta intervenção.