O uso de biomarcadores na predição de gravidade e mortalidade em pacientes com sepse em unidades de terapia intensiva

Resumo

A sepse é uma condição clínica crítica caracterizada por uma resposta desregulada do organismo a uma infecção, levando a disfunção de órgãos e tecidos. A rápida identificação de pacientes com pior prognóstico é fundamental para direcionar tratamentos precoces e eficazes, no entanto, os métodos clínicos e de laboratório tradicionais podem apresentar limitações nesse contexto. Com isso, surgem os biomarcadores, que são substâncias mensuráveis presentes no corpo que, no contexto da sepse, podem ser utilizados para diagnóstico precoce, estratificação de risco e acompanhamento da resposta ao tratamento. Portanto, o presente artigo tem como objetivo analisar a aplicabilidade e a relevância dos biomarcadores na predição da gravidade e mortalidade em pacientes com sepse em UTIs. Este trabalho se trata de uma revisão integrativa de literatura feita em torno da seguinte questão norteadora: “Qual a aplicabilidade e relevância dos biomarcadores na predição da gravidade e mortalidade em pacientes com sepse em unidades de terapia intensiva?”.  A busca na literatura foi conduzida nas bases de dados da BVS, PubMed e SciELO, utilizando-se dos seguintes descritores: “Biomarcadores”, “Sepse” e “Unidades de Terapia Intensiva”, em conjunto com o operador booleano “AND”, sendo observados os artigos publicados nos últimos 5 anos. Ao fim da pesquisa, 16 artigos foram selecionados para comporem a amostra deste trabalho. No geral, os estudos sugerem que os biomarcadores, incluindo interleucinas, peptídeos natriuréticos, proteínas, células sanguíneas e moléculas associadas a processos inflamatórios, têm o potencial de melhorar significativamente a maneira como são identificados, avaliados e tratados pacientes com sepse em unidades de terapia intensiva. No entanto, embora a combinação de diferentes biomarcadores ou o monitoramento dinâmico deles possa ter demonstrado bons resultados na predição de gravidade e mortalidade em pacientes com sepse, os estudos ainda são esparsos, não havendo pesquisas aprofundadas em um único marcador ou grupo de marcadores para avaliar sua real eficácia, o que levanta ainda muitas incertezas quanto a sua real utilidade na prática clinica. Mais estudos são necessários para avaliar a utilidade de biomarcadores na avaliação prognóstica desses pacientes no contexto da praática clínica, levando em conta não apenas sua eficácia na predição de gravidade e mortalidade, mas também sua acessibilidade e custo-benefício.