Traços de Personalidade, Estresse Ocupacional e Síndrome de Burnout em professores: Um estudo correlacional
DOI:
https://doi.org/10.61223/coopex.v14i3.355Palavras-chave:
Traços de Personalidade, Estresse Ocupacional, Coping, ProfessoresResumo
O presente estudo objetivou relacionar os Cinco Grandes Fatores de Personalidade (CGFP), Estresse Ocupacional e a Síndrome de Burnout (SB). Para tanto, participaram do estudo 202 professores, majoritariamente casados (45%). Estes responderam ao questionário sociodemográfico, para caracterização da amostra, ao Inventário dos Cinco Grandes Fatores de Personalidade, Escala de Estresse do Trabalho – EET e ao Maslach Burnout Inventory – MBI. Os achados do estudo apontaram que os traços de personalidade não apresentam relações estatísticamente significativas com o Estresse Ocupacional (EO). Por outro lado, o EO se relacionou de maneira significativa com todos os fatores da SB, Realização Profissional (r= - 0,29 e p<0,001); Despersonalização (r=0,33 e p< 0,001); e Exaustão Emocional (r=0,24 e p< 0,001). Quanto as relações entre os CGFP e as dimensões da SB, pode-se observar algumas relações estatísticamente positivas e outras negativas. desta forma, é possível destacar a relação positiva encontrada entre o traço de personalidade Abertura e a dimensão Realização Profissional da SB (r=0,24 e p<0,001), assim como, destacar a relação negativa entre o traço de personalidade Extroversão e o fator da SB Exaustão Emocional (r= - 0,17 e p<0,005). Com isso, conclui-se que os objetivos propostos foram alcançados e os achados do estudo podem servir como auxílio a estratégias de prevenção a saúde mental de professores, considerando que o EO e a SB, podem gerar sofrimento psíquico e ,consequentemente, adoecimento mental.
Referências
ABREU, K. L. et al. Estresse ocupacional e Síndrome de Burnout no exercício profissional da psicologia. Psicologia: ciência e profissão, v. 22, p. 22-29, 2002.
ALFONSI, J.; TRONCOSO, A. C.; CONDE, E. Efeitos das Práticas Meditativas nos Níveis de Cortisol Induzidos por Estresse Agudo: uma revisão sistemática. Contextos clínicos,v. 14, n.3,2021.
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA). Diagnostic and statistical manual of mental disorders (DSM-V:TR). 5. ed. Brasil: Artmed, 2023.
ANDRADE, R. C. et al. Utilização de Animais como Coterapeutas de Estresse e nos Tratamentos de Transtornos mentais e emocionais do ser humano. Ensaios e ciência, v. 24, n. 5, 2020.
ANDRADE, J. M. Evidências de validade do inventário dos cinco grandes fatores da personalidade para o Brasil. 2008. 169f. Tese (Doutorado em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações) – Universidade de Brasília, Brasil, 2008.
ASHTON, M. C. Individual differences and personality. Ontário: Academic Press, 2013.
ASSARI, S., & LANKARANI, M. M. Association between stressful life events and depression; intersection of race and gender. Journal of Racial and Ethnic Health Disparities, 3(2), 349–356, 2016.
BAKKER, A. B. et al. The relationship between the big five personality factors and burnout: A study among volunteer counselors. The Journal of social psychology, v. 146, n. 1, p. 31-50, 2006.
BENEVIDES-PEREIRA, A. M. T. O estado da arte do burnout no Brasil. Revista Eletrônica InterAção Psy, v. 1, n. 1, p. 4-11, 2003.
BRANDÃO, R. Estresse: tudo o que você precisa saber e dicas para lidar melhor. Zenclub. 2020. Disponível em: https://zenklub.com.br/blog/para-voce/estresse/#:~:text=O%20que%20%C3%A9%20o%20estresse%3F,estresse%20n%C3%A3o%20s%C3%A3o%20apenas%20ruins.
BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução nº 510/16 do Conselho Nacional de Saúde, de 07 de abril de 2016. Dispõe sobre diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Brasília, DF, 2016. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/ saudelegis/cns/2013/res0466_12_12_2012.html
BRASIL. Presidência da República. Decreto 3048. Regulamentação da Previdência Social. Brasília, DF, 1999.
BROTTO, T. Estresse: o que é, sintomas e tratamentos. Psicólogo e Terapia. 2021. Disponível em: https://www.psicologoeterapia.com.br/blog/estresse-causas-sintomas-e-tratamento/
CARLOTTO, M. S. A síndrome de burnout e o trabalho docente. Psicologia em Estudo, v. 7, n. 1, p. 21-29, 2002.
CARLOTTO, M. S. Síndrome de Burnout em Professores: prevalência e fatores associados. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 27, n. 4, p. 403-410, 2011.
CODO, W.; VASQUES-MENEZES, I. O que é Burnout?. Educação: carinho e trabalho, v. 2, n. 1., p. 237-254, 1999.
COOPER, C.; SLOAN, S.; WILLIAMS, S. Guia de gestão de indicadores de estresse ocupacional. Londres: Thorbay, 1988.
DIAS, S.; QUEIRÓS, C. A influência dos traços de personalidade no burnout dos professores. Actas do VII simpósio nacional de investigação em psicologia. 2010.
ESTEVE, J. M. O mal-estar docente: a sala de aula e a saúde dos professores. São Paulo: Edusc, 1999.
FARBER, B. A. Crisis in education: Stress and burnout in the American teacher. Jossey-Bass, 1991.
GIL-MONTE, P. R. El síndrome de quemarse por el trabajo (burnout) como fenómeno transcultural. Informació Psicológica, n. 91-92, p. 4-11, 2008.
GILMONTE, P. R. Magnitude of relationship between burnout and absenteeism: a preliminary study. Psychological reports, v. 102, n. 2, p. 465-468, 2008.
GOMES, C., M., A.; GOLINO, H., F. Relações hierárquicas entre os traços amplos do Big Five. Psicologia Reflexão e Crítica, v. 25, n. 3, p. 445-456, 2012.
GRANATO, L. O que significa a mudança da OMS sobre a Síndrome de Burnout?. Exame. 2019. Recuperado de: https://exame.com/carreira/o-que-significa-a-mudanca-da-oms-sobre-a-sindrome-de-burnout/
GUGLIELMI, R. S.; TATROW, K. Occupational stress, burnout, and health in teachers: A methodological and theoretical analysis. Review of educational research, v. 68, n. 1, p. 61-99, 1998.
HARRISON, B.J. Are you to burn out? Fund Raising Management, v. 30, n. 3, p. 25-28, 1999.
HEINECK, G.; ANGER, S. The returns to cognitive abilities and personality traits in Germany. Labour Economics, v. 17, p. 535-546, 2010.
HOUAISS, A.; VILLAR, M. S.; FRANCO, F. M. M. Dicionario eletrônico Houaiss da Lingua Portuguesa. Semantic Scholar. 2001. Disponível em: https://www.semanticscholar.org/paper/Ant%C3%B4nio-Houaiss%2C-Mauro-de-Salles-Villar-y-Francisco-Jover/3e4dc9a3a2dd107f3386e56ff225acd86996bb53
INOCENTE, N. J. Estresse ocupacional: Origens, conceitos, relações e aplicações nas organizações e no trabalho. In: CHAMON, E. M. Q. O. (org.). Gestão e comportamento humano nas organizações. Rio de Janeiro: Brasport, p. 146-179, 2007.
JUDGE, T. A. et al. The big-five personality traits, general mental ability, and career success across the life span. Personnel Psychology, v. 52, n. 3, p. 621-652, 1999.
JUDGE, T. A.; ILIESS, R. Relationship of personality to performance motivation: A metanalytic review. Journal of Applied Psychology, v. 87, n. 4, p. 797-807, 2002.
JUNIOR, E. G.; LIPP, M. E. N. Estresse Entre Professoras Do Ensino Fundamental De Escolas Públicas Estaduais. Psicologia em estudo, v. 13, p. 847-857, 2008.
KAPCZINSKI, F.; MARGIS, R. Transtorno de estresse pós-traumático: critérios diagnósticos. Rev Bras Psiquiat, v. 25, p. 3-7, 2003.
LAZARUS, R. S. From psychological stress to emotions: A History of Changing Outlooks. Annual review of psychology, v. 44, n. 1, p. 1-22, 1993.
MASLACH, C.; LEITER, M. New insights into burnout and health care: Strategies for improving civility and alleviating burnout. Medical Teacher, v. 39, n. 2, p.160-163, 2017.
MASLACH, C.; SCHAUFELI, W. B.; LEITER, M. P. (2001). Job Burnout. Annual Review of Psychology, v. 52, n. 1, p. 397-422, 2001.
MEDRADO, A. R. A. P. Você sabe como surgiu o conceito de estresse? iSaúde. 2013. Disponível em: https://www.isaude.com.br/noticias/detalhe/noticia/voce-sabe-como-surgiu-o-conceito-de-estresse/
MERAZZI, C. Apprendre à vivre les conflits: une tâche de la formation des enseignants. European Journal of Teacher Education, v. 6, n. 2, p. 101-105, 1983.
NATIVIDADE, J. C.; HUTZ, C. S. Escala reduzida de descritores dos cinco grandes fatores de personalidade: prós e contras. Psico, v. 46, n. 1, p. 79-89, 2015.
NUNES, C. H. S. S.; HUTZ, C. S.O modelo dos Cinco Grandes Fatores de Personalidade. Temas em avaliação psicológica. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002.
PASCHOAL, T.; TAMAYO, A. Validação da escala de estresse no trabalho. Estudos de Psicologia (Natal), v. 9, p. 45-52, 2004.
PASSOS, M. F. D.; LAROS, J. A. Construção de uma escala reduzida de Cinco Grandes Fatores de personalidade. Avaliação Psicológica, v. 14, n. 1, p. 115-123, 2015.
PRADO, C. E. P. Estresse ocupacional: causas e consequências. Revista Brasileira de Medicina, v. 14, n. 3, p. 275-284, 2016.
RIO, R. P. O fascínio do stress. Belo Horizonte: Del Rey, 1995.
RODRIGUES, L. A. Avaliação da relação do estresse ocupacional com marcadores de estresse oxidativo e de inflamação em profissionais de saúde de unidades de terapia intensiva. 2019. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/297688211.pdf
SILVA, G. N. (Re)Conhecendo o Estresse no Trabalho: uma Visão Crítica. Gerais: Rev. Interinst. Psicol, v. 12, n. 1, p. 51-61, 2019.
SWIDER, B. W.; ZIMMERMAN, R. D. Born to burnout: A meta-analytic path model of personality, job burnout, and work outcomes. Journal of Vocational Behavior, v. 76, n. 3, p. 487-506, 2010.
VEREA, L. Estresse: quais os sintomas físicos e emocionais? Minha Vida. 2022. Disponível em: https://www.minhavida.com.br/saude/temas/estresse
Downloads
Publicado
Como Citar
Licença
Copyright (c) 2023 Hellen Louize Aleixo Farias, Thereza Christina Garcia Bezerra, Samuel Gualberto dos Santos, Maria Eduarda Pereira Araújo, Camilla Vieira de Figueiredo, Alessandro Teixeira Rezende
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Creative Commons