Tumor venéreo transmissível em um canino com metástase em sistema linfático - relato de caso

Resumo

O tumor venéreo transmissível (TVT) é uma neoplasia de caráter benigno, que é enquadrado como segunda maior causa de neoplasia em cães, perdendo apenas para tumores em tecido mamário. Não há distinção de raça, sexo ou idade, sendo mais comum em cães sem raça definida (SRD). Macroscopicamente, o TVT têm aspecto semelhante a um couve-flor, com áreas bem vascularizadas e edemaciadas, podendo haver ulceração e consistência friável. Embora a patologia clássica se apresente em região genital, o TVT também pode acometer cavidade nasal, oral e cutânea. Os linfonodos, vísceras, olho e cérebro também podem ser acometidos, representando lesões metastáticas. O diagnóstico é obtido pela junção dos sinais clínicos exames citológicos. Um cão, SRD, 3 anos, castrado, residente em um sítio apresentou sangramento e edema em região de pênis há 2 meses. O animal apresentava linfoadenomegalia em linfonodo submandibular direito. Os parâmetros vitais estavam dentro da normalidade. Notou-se uma lesão em glande, onde o aspecto macroscópico era sugestivo de TVT. Foi realizada citologia da região acometida e realizada bem como do linfonodo que se apresentava alterado. A citologia da glande e do linfonodo confirmou foi compatível com o quadro de TVT, conduzindo uma hipótese de metástase por via linfática. Foi instituído protocolo terapeutico com vincristina na dose de 0,025mL/kg, em 4 aplicações com intervalo de uma semana entre elas. Após a primeira aplicação, o animal já apresentou melhora no quadro, apresentando melhora total ao final do tratamento. Ao efetuar novo exame citológico, não havia mais presença de células neoplásicas, confirmando que o protocolo terapêutico foi efetivo. É incomum um caso de TVT com metástase em via linfática, sendo importante avaliar o paciente como um todo, reforçando a importância da citologia como método de diagnostico auxiliar de patologias multissistêmicas.