O suicídio na população masculina brasileira no período de 2011 a 2021

Resumo

O suicídio pode ser compreendido como um ato deliberado executado pelo próprio indivíduo, agindo de forma consciente e intencional, cujo objetivo é a morte. Este, é decorrente da interação de fatores de ordem filosófica, antropológica, psicológica, biológica e social. De acordo com o primeiro relatório sobre prevenção ao suicídio da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil ocupa o oitavo lugar na lista de países com maior índice de suicídio. O gênero é considerado um importante fator associado à sua ocorrência, sendo o suicídio preponderante no sexo masculino, que, estatisticamente, são três vezes mais propensos a cometê-lo em comparação com as mulheres. Este trabalho tem como objetivo analisar a prevalência de suicídio na população masculina brasileira, ao longo de 10 anos, no período de 2011 a 2021. Trata-se de um estudo ecológico, com abordagem quantitativa e qualitativa, cuja unidade de análise será todo o território federativo do Brasil. A população deste estudo será constituída dos registros de notificação dos estados brasileiros sobre lesões autoprovocadas, prevalecendo a análise da população masculina, no período supramencionado e com dados disponíveis no DATASUS. Observou-se, com os resultados da pesquisa, que os homens possuem dois fortes incentivos para considerarem o suicídio como uma válvula de escape para suas derrotas, perdas e dificuldades. A primeira delas faz-se presente devido a cultura enraizada do patriarcalismo, em que o sexo masculino se tornou o símbolo provedor do ambiente domiciliar, tomando para si muitas funções e responsabilidades, refletindo também as suas frustrações. Por fim, os homens também possuem, notadamente, uma maior dificuldade para lidar com o fracasso, com as perdas e com a rejeição, o que pode estar relacionado aos altos índices de suicídio masculino.