Leishmaniose visceral: uma visão sobre a importância epidemiológica entre cães domésticos e canídeos selvagens
DOI:
https://doi.org/10.61223/coopex.v14i1.128Palavras-chave:
Zoonoses, Saúde única, FlebótomoResumo
A leishmaniose é uma enfermidade zoonótica, causada por protozoários do gênero Leishmania, que estão presente em diversos países e amplamente distribuída pelo território brasileiro. A mesma é transmitida por meio de um vetor, o flebótomo que é popularmente conhecido como mosquito palha. Existem duas apresentações da doença: a Leishmaniose Visceral e a Leishmaniose Tegumentar Americana, ambas vão diferir na sintomatologia apresentada pelo paciente acometido. Atualmente, a transmissão da leishmaniose no meio urbano é recorrente, devido ou processo de crescimento das zonas urbanas que acarretou na ocupação de áreas que anteriormente eram compostas por mata nativa, que continha seu ecossistema equilibrado, não sendo notória os parasitismos pela Leishmania Spp. Com o processo de urbanização houve a adaptação do vetor nas cidades, os mosquitos não encontram os hospedeiros definitivos e acabam por efetuar o repasto sanguíneo nos hospedeiros acidentais, deste modo, transmitindo o parasito e elevando à biodisponibilidade do mesmo em uma gama de espécies, como os cães e gatos domésticos e na ausência destes o ser humano acaba sendo acometido, tornando-os potenciais portadores do parasito e passando a ser reservatórios da doença. Existem alguns relatos de casos de canídeos selvagens sintomáticos e positivos para Leishmaniose Visceral, como o lobo guará, cachorro-do-mato, raposa do campo, cachorro-vinagre, animais da fauna silvestre, e até mesmo o lobo-cinzento, animal nativo da América do Norte, Europa e Ásia, fato que desperta os olhares para o real potencial da doença, de seus prejuízos à conservação de espécies e como podem ser contornados. O objetivo do estudo tem como abranger o fator epidemiológico de incidência da leishmaniose não somente em cães domésticos, mas em silvestres, elevando de tal forma um forte impacto quando tradado sobre saúde pública.
Referências
ABBAS, A. K., Lichtman, A. H., & Pillai, S. (2008). Imunologia celular e molecular. Elsevier Brasil.
AGUIRRE, A.A. Wild canids as sentinels of ecological health: a conservation medicine perspective.Parasites Vectors 2 (Suppl 1), S7 (2009). https://doi.org/10.1186/1756-3305-2-S1-S7
ALMEIDA, A. DO B. P. F. DE et al. Leishmaniose visceral e hepatite infecciosa em cachorro-vinagre mantido em cativeiro no Brasil - Relato de Caso. Semina. Ciencias agrárias, v. 32, n. 1, p. 333–337, 2011.
ALVES, W. A. (2009). Leishmaniose visceral americana: situação atual no Brasil. BEPA. Boletim Epidemiológico Paulista, 6(71), 25–29.
AOKI, V. et al. Imunofluorescência direta e indireta. Anais Brasileiros de Dermatologia, 85(4), 490–500, 2010.
BATISTA, A. I. V. Leishmaniasis in wild, synanthropic and domestic animals on the Island of Itamaracá, Pernambuco, Northeastern Brazil. 2022.
BECK, A. et al. A case of visceral leishmaniosis in a gray wolf (Canis lupus) from Croatia. Journal of Wildlife Diseases, v. 44, n. 2, p. 451–456, 1 abr. 2008.
BURNA, A. N. et al. Leishmaniosis en un zorro (Cerdocyon thous) del Zoológico de la Ciudad de Corrientes (Argentina). Revista veterinaria, v. 26, n. 1, p. 75–78, 1 jun. 2015.
COELHO-CASTELO, A. A. M., Trombone, A. P. F., Rocha, C. D., & Lorenzi, J. C. C. (2009). Resposta imune a doenças infecciosas. Medicina, 42(2), 127–142.
FARIA, A. R. et al. Diagnóstico da Leishmaniose Visceral Canina: grandes avanços tecnológicos e baixa aplicação prática. Revista Pan-Amazônica de Saúde, 3(2), 47–57, 2012.
Santos, f. S, et al. Leishmaniose visceral canina: seus impactos na saúde pública, métodos de diagnóstico e alterações laboratoriais: leishmaniose visceral canina: seus impactos na saúde pública, métodos de diagnóstico e alterações laboratoriais. RCA Medicina Veterinária, v. 1, n. 1, 2022.
FIOCRUZ/Bio-Manguinhos, (2020). DPP® Leishmaniose Canina. Disponível em: https://www.bio.fiocruz.br/index.php/br/produtos/reativos/testes-rapidos/dppr-leishmaniose-c
anina.
GREENE, C. E. (2006). Fatores ambientais de doenças infecciosas. In E. D. Ibid (Ed.), Doenças infecciosas em cães e gatos. Elsivier. Leishmanioses do continente americano. [s.l.] SciELO - Editora FIOCRUZ, 2014.
LUPPI, M. M. et al. Visceral leishmaniasis in captive wild canids in Brazil. Veterinary Parasitology, v. 155, n. 1-2, p. 146–151, ago. 2008.
MACHADO P. R. L., Araújo, M. I. A. S., Carvalho, L., & Carvalho, E. M. (2004). Mecanismos de resposta imune às infecções. Anais Brasileiros de Dermatologia, 79(6), 647–662. https://doi.org/10.1590/s0365-05962004000600002
MACHADO-COELHO, P. R. L. et al. Leishmaniose visceral: estudo de flebotomíneos e infecção canina em Montes Claros, Minas Gerais. Revista Da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 38(2), 147–152, 2005.
MANUAL DE VIGILÂNCIA DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR Brasília -DF 2017 MINISTÉRIO DA SAÚDE. [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_leishmaniose_tegumentar.pd f>.
MONTEIRO, E. M. et al. Leishmaniose visceral: estudo de flebotomíneos e infecção canina em Montes Claros, Minas Gerais. Revista Da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 38(2), 147–152, 2005.
SAPATERA, N. DE S. et al. Leishmaniose visceral em canídeos silvestres – revisão de literatura. Research, Society and Development, v. 11, n. 4, p. e30211427303, 19 mar. 2022.
SILVA, T. P. T. E. et al. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. Cadernos de Saúde Pública, v. 22, n. 11, p. 2498–2498, nov. 2006.
SOUZA, Y. C. P. et al. Testes diagnósticos para leishmaniose visceral: atualidade e perspectivas. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, 11(21), 1–16, 2013.
Downloads
Publicado
Como Citar
Licença
Copyright (c) 2023 Patricio Borges Maracaja
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Creative Commons